Na disputa acirrada pelo título de maior produtora de energia elétrica limpa e renovável do planeta, a Itaipu Binacional deixou para trás a usina de Três Gargantas, na China, e manteve a liderança mundial. Em 2012, Itaipu produziu 98,287 milhões de megawatts-hora (MWh) ante 98,107 milhões de MWh da usina chinesa. Uma vantagem para Itaipu de 180 mil MWh, algo em torno de 16 horas de geração, tendo como referência qualquer uma dessas gigantes da produção.
Normalmente, a usina de Três Gargantas só divulga sua produção mensal dez dias depois, enquanto Itaipu tem sua geração divulgada em tempo real (on line). Nesta quinta-feira, dia 3 de janeiro, a Itaipu recebeu da diretoria de Três Gargantas o número oficial da produção de 2012, confirmando a projeção já feita pelos técnicos da binacional.
Em alguns momentos, durante o ano passado, a geração de Três Gargantas, que passou a operar em plena carga no mês de julho, foi superior à de Itaipu, o que deve ocorrer cada vez com mais frequência, já que a potência instalada da usina chinesa (quantidade de equipamentos de geração) é 60% superior à da hidrelétrica brasileira e paraguaia.
A gigante chinesa tem 32 unidades geradoras e potência instalada de 22,5 mil MW, enquanto Itaipu tem 20 unidades e potência instalada de 14 mil MW. As condições hidrológicas de ambas, no entanto, são bem diferentes. Um dos problemas de Três Gargantas é a vazão irregular, mas esta situação deve melhorar com a construção de duas novas usinas no Rio Yang Tsé.
Até outubro de 2012, a produção acumulada da usina chinesa era de 87,33 milhões de MWh ante 84,95 milhões de MWh de Itaipu, uma diferença de 2,38 milhões de MWh a favor de Três Gargantas. Em 30 de novembro, a vantagem chegou a aumentar para 3 milhões de MWh, mas a partir daí a vazão do rio Yang Tsé começou a reduzir, enquanto o rio Paraná, mesmo sob o efeito da estiagem, não sofreu grandes variações.
Já em 10 de dezembro, essa diferença havia caído para 1,3 milhão de MWh. No dia 19, o último boletim divulgado pela usina de Três Gargantas mostrava que a vantagem ainda era de 1 milhão de MWh. As chances de Itaipu ter uma produção superior à da usina chinesa eram pequenas, já que, normalmente, o consumo de eletricidade no Brasil diminui em dezembro, com o recesso nas indústrias. Este ano, contudo, houve uma explosão da demanda residencial e comercial em função do forte calor, com temperaturas acima dos 40 graus, exigindo que Itaipu operasse em plena carga.
“Os equipamentos da usina tiveram um desempenho impecável. A supervisão e o controle da usina foram conduzidos com maestria e os Sistemas de Transmissão do Brasil e do Paraguai corresponderam plenamente. Com isso, fechamos o ano com um total de 98,287 milhões de MWh e estabelecemos uma nova marca mundial”, afirma o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
Para Samek, mais importante que comemorar o título de maior produtora mundial, é garantir que Itaipu esteja preparada para atender com segurança os sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai mantendo as boas parcerias já existentes com o Operador Nacional do Sistema, a Eletrobras, a Ande (estatal paraguaia), Furnas e Copel.
O superintendente de Operação da usina, engenheiro Celso Torino, diz que o desafio é buscar cada vez mais a excelência nos índices de desempenho da usina. “É bom manter esse título de maior produtora do planeta, mas nossa meta é garantir o atendimento aos sistemas elétricos nacional e paraguaio de forma eficiente e segura”, afirma.
Mercado
Enquanto o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,3% em 2012, comparado com o ano anterior, a produção de Itaipu aumentou 6,5%. Com isso, a participação da usina no mercado brasileiro, que vinha diminuindo gradativamente com a entrada em operação de novos empreendimentos no setor elétrico, também cresceu, chegando a 19,85% em 2012. A usina atende ainda mais de 80% de toda a demanda de eletricidade do Paraguai, sócio na usina binacional.
Fonte: Itaipu Binacional