Aeroportos
terça, 15 de janeiro de 2013
Beltrão e Pato Branco podem receber até R$ 50 milhões para modernizar aeroportos
Em dezembro, a presidente Dilma Roussef (PT) anunciou que vai investir R$ 7,6 bilhões em aeroportos do interior do país. É o Plano para Investimentos em Aeroportos, que inclui incentivos à aviação regional. No Paraná, 15 aeroportos foram escolhidos: Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Guarapuava, Toledo, Umuarama, União da Vitória, Bandeirantes, Telêmaco Borba e Pato Branco. A fatia que vem para o Estado é de R$ 345 milhões.
Além de tudo isso, haverá um incentivo financeiro do Governo Federal para o transporte aéreo de passageiros e a isenção de tarifas, para as empresas de transporte voltadas para o atendimento das cidades do interior. Em todo o Brasil, cerca de 270 aeroportos receberão investimentos. Depois de readequados, os aeroportos passarão a receber a aviação regular.
No Sudoeste, Francisco Beltrão e Pato Branco devem receber um montante que vai de 40 a 50 milhões de reais. A quantia será definida a partir da necessidade de cada aeroporto. A partir do mês que vem, os municípios vão receber visitas técnicas de pessoas da Secretaria de Aviação Civil para avaliar as condições. Segundo o vice-prefeito de Francisco Beltrão, Eduardo Scirea (PT), que também é o secretário de Planejamento, a intenção é trabalhar para que o Aeroporto Paulo Abdala seja modernizado para receber aeronaves com capacidade de até 100 passageiros. "Seria uma forma de baratear o valor das passagens. As pessoas vão receber subsídios do governo para voar. Os horários também serão adequados para facilitar o transporte. A previsão é capacitar o aeroporto para o novo modelo de aviação no país", comenta.
Classe empresarial divide opiniões
Na região Sudoeste, os líderes da classe empresarial dividem opiniões em relação ao assunto. Para o presidente da Acepb (Associação Comercial e Empresarial de Pato Branco), Jair dos Santos, essa é uma grande oportunidade para melhorar a logística de transporte do Sudoeste. "Vamos ter agora uma chance de estruturar o transporte em nossa região. Hoje em dia os empresários têm dificuldades para viajar de avião, pois as passagens ainda estão com valores elevados e os horários dificultam também. Tudo que é investimento nesta área é bem-vindo. Mas nossa força política vai precisar se articular para concretizar esses projetos", opina.
Vanderlei Copini, presidente da Cacispar (Coordenadoria das Associações Comerciais do Sudoeste do Paraná), também vê os investimentos com bons olhos. "É um grande negócio para a nossa região, pois estamos limitados somente aos automóveis, que representam um grande perigo nas estradas e uma demora muito grande no transporte. Nas nossas discussões empresariais, a questão dos aeroportos sempre entra em discussão. A gente vê isso como uma grande necessidade para o Sudoeste", diz.
O presidente da Acefb (Associação Empresarial de Francisco Beltrão), Antônio Pedron, acredita que o melhor seja unificar as duas microrregiões. "Já temos estudos da região sobre um aeroporto regional e acho que não vale a pena dividir. Se a gente somasse o investimento que virá para os dois municípios, daria para construir um aeroporto maior, em Renascença, que foi o local escolhido em projetos já feitos anteriormente", comenta. Pedron acredita que, para criar o aeroporto regional seja necessário aproximadamente R$ 10 milhões para a compra do terreno e mais R$ 25 milhões para a construção.
O empresário Édson Flessak diz que esses investimentos vêm de forma tardia. "Já era hora, pois os aeroportos brasileiros estão em uma situação complicada. O aeroporto de São Paulo já está bastante saturado, não aguenta mais dez anos neste ritmo", comenta. Conforme sua análise será importante investir nos aeroportos de Francisco Beltrão e Pato Branco, mas mesmo assim a região precisa pensar em um aeroporto para transporte de cargas. "Linha aérea e transporte de cargas em aeronaves são duas coisas distintas. Por mais que se coloque todo esse dinheiro em nossos aeroportos, é preciso uma grande área nos arredores para os estacionamentos, barracões para armazenar mercadorias e uma boa estrutura para as transportadoras", complementa.
Fonte: Jornal de Beltrão