INDÚSTRIA

quarta, 16 de janeiro de 2013

Indústrias da região devem trazer haitianos para ocupar vagas de trabalho

Na manhã de ontem, o coordenador regional da Fiep, Roberto Pécoits, disse em entrevista à Rádio Onda Sul FM que algumas indústrias do Sudoeste devem trazer haitianos nos próximos meses para trabalhar. Ele alega que as empresas não estão conseguindo fechar o seu quadro de funcionários por falta de mão de obra.

"É algo que estamos constatando desde meados de 2011, as pessoas não querem trabalhar. Preferem receber o seguro desemprego e sacar o fundo de garantia. Enquanto esperam por outro emprego, trabalham na base da informalidade. Isso é realmente revoltante", diz o empresário, que é proprietário da Gralha Azul, uma empresa com 270 funcionários, que não tem seu quadro completo desde março de 2011. "Isso que a gente paga um ônibus para vir todos os dias de Salgado Filho e trazer 35 colaboradores. Somente em Francisco Beltrão já não temos toda a mão de obra que precisamos", acrescenta.

Para o empresário, a falta de ambição de alguns trabalhadores tem atrapalhado o dia a dia das empresas. "Eu fiquei admirado outro dia quando vi no jornal uma foto da Agência do Trabalhador com uma fila para receber o seguro desemprego. Ao invés de procurar se especializar, crescer na empresa, algumas pessoas preferem ficar transitando de um lado para o outro e vivendo de um seguro", critica. Roberto Pécoits ainda salienta o fato de o Sesi oferecer curso profissionalizante gratuito, como é o caso do Pronatec, e não fechar turmas por falta de interesse. "Cada vez menos há o interesse pela especialização. Espaço para trabalhar está tendo de sobra, mas muitos preferem o lado mais cômodo, que pode custar caro no futuro." Para o empresário, o fundo de garantia deveria ser utilizado como uma segurança para a aposentadoria e não para ser sacado a cada um ou dois anos. "A Gralha Azul tem 44 anos de atuação. Muitas pessoas se aposentaram trabalhando na empresa. Ao receber o fundo de garantia, eles fizeram investimentos, como a casa própria. Só que se você faz a rescisão e pega o dinheiro, não sobra nada para o futuro", afirma.

Roberto Pécoits não revelou o nome das empresas que vão trazer haitianos para trabalhar no Sudoeste, mas adiantou que é uma grande tendência do mercado. "São pessoas que vêm com vontade de trabalhar, pois vivem em um país com muitas dificuldades. Alguns deles até passam fome no Haiti. Chegando no Brasil eles têm a oportunidade de se firmar e crescer no mercado de trabalho. É uma solução que está sendo encontrada que tem dado resultados positivos em experiências de outras empresas", complementa.
Fonte: Jornal de Beltrão
 

PARCEIROS E APOIADORES

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO SUDOESTE DO PARANÁ
Rua Romeu Lauro Werlang, nº 81, 1º Andar, Sala 02, Centro, 85601-020 - Francisco Beltrão - Paraná
Telefone/Whatsapp: (46) 99985-7997