Há uma semana a região Sudoeste praticamente não vê os raios do sol. Diariamente, o tempo tem amanhecido nublado, e são frequentes as pancadas de chuva durante o dia e a noite, dificultando a situação, principalmente para os produtores rurais, que estão com as culturas de soja e milho praticamente prontas para a colheita.
Só nestes últimos sete dias, a estação meteorológica do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) de Pato Branco registrou cerca de 162 milímetros de chuva. O maior volume de água foi nesta sexta-feira (15), com 59,8 milímetros. Em Francisco Beltrão, a estação meteorológica do Simepar registrou 129 milímetros na última semana e, em Palmas, o Iapar registrou 113,4 milímetros.
Chuvas
Conforme o técnico agropecuário do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab de Palmas, Josemar Bannach, a chuva em si desta última semana não chegou a prejudicar a qualidade ou a quantidade das lavouras na microrregião de Pato Branco. Contudo, outro fator está deixando os produtores preocupados, pois, com a chuva e o tempo nublado, eles não estão conseguindo concluir a colheita, e esse atraso pode acabar influenciando no plantio da safrinha, que deve ser iniciado até o final deste mês. Por isso muitos estão apreensivos com o clima, e se a chuva não der uma trégua nos próximos dias pode atrasar a colheita e consequentemente o próximo plantio, trazendo prejuízos maiores.
“Faz muitos dias que só está garoando e não conseguimos com que as atividades ocorram normalmente na região. Esse é um período crítico para a lavoura, já que é de colheita. O produtor fez tudo certo, mas agora, na hora de colher, está tendo dificuldades. Esse é o motivo de existir uma apreensão grande do pessoal em conseguir tirar a produção da lavoura”, relatou Bannach.
Segundo o técnico agropecuário, as situações se diferenciam em cada município, pois em algumas localidades da microrregião as lavouras, tanto de soja, como de milho, estão em fases diferentes. Na região de Palmas e Clevelândia, por exemplo, muitos produtores estão começando a agora colheita. Já na região de Pato Branco, Itapejara D’Oeste, Mariópolis e Vitorino, muitos já conseguiram colher entre 25% a 35%. No geral, na microrregião de Pato Branco, Bannach informou que já se colheu pelo menos 15% das lavouras de soja. Desta forma, ele explicou que a procedência de chuva e tempo nublado dos últimos dias pode não ter prejudicado todos os produtores, mas tem deixado a maioria deles preocupados quanto ao atraso da colheita e do plantio da segunda safra, que pode ser de feijão, soja ou milho safrinha.
O produtor Evandro Chioqueta, que tem lavouras de milho e soja na região de Clevelândia, em sociedade com os produtores Fernando e Julinho Tonus, comentou que a colheita da lavoura de milho precoce que eles possuem já está atrasada por causa do excesso de chuvas, consequentemente, como eles têm a intenção de fazer a safrinha de feijão, o plantio dessa também vai ficar atrasado. “Nós não estamos conseguindo entrar com o maquinário na lavoura para colher porque o tempo está muito úmido”, comentou.
Quanto a lavoura de soja, o produtor informou que eles tem várias áreas que já estão prontas para a colheita, isso já há alguns dias, mas que por causa do clima chuvoso dos últimos dias está sendo prejudicada. “Nós não pretendemos fazer o plantio de safrinha nas áreas de soja, mas como está se registrando o excesso de chuva, a cultura já começou a passar do ponto e pode acabar perdendo qualidade”, destacou.
Previsão do tempo
De acordo com o técnico agropecuário, a situação pode ficar mais complicada se nos próximos dias ainda continuar a chover e o sol não aparecer para que os produtores consigam iniciar ou concluir a colheita.
Infelizmente as notícias para os produtores quanto a previsão do tempo para os próximos dias não são tão animadoras. Segundo a técnica em meteorologia do Simepar, Vanessa D’Avila, a previsão é de mais água, pelo menos até terça-feira. Segundo ela, estão previstas pancadas de chuva principalmente entre os períodos da tarde e da noite.
Fonte: Diário do Sudoeste
