O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresceu 0,1% no quarto trimestre do ano passado, segundo dados do Departamento de Comércio divulgados hoje. É o menor nível de crescimento desde o primeiro trimestre de 2011.
Os números, no entanto, são melhores que a primeira estimativa divulgada em janeiro, que previam queda de 0,1% para o período em relação ao terceiro trimestre. O governo americano justifica a revisão com o aumento das exportações e a diminuição das importações.
Outro ponto que contribuiu para a alta foi o consumo das famílias, em especial pelo efeito da tempestade tropical Sandy no noroeste do país e das compras dos feriados de Ação de Graças e Natal. Por outro lado, houve diminuição do gasto militar em 22% e desaceleração na acumulação dos estoques.
No conjunto do ano, a economia americana expandiu 2,1%. Economistas consultados pela agência de notícias Reuters dizem que esperavam um crescimento de 0,5%. A previsão dos analistas para os próximos meses, porém, não é otimista devido às altas de impostos e a redução dos gastos do governo.
O mau desempenho no período pode atrapalhar geração de emprego para os próximos meses, cuja taxa se manteve em 7,8% em 2012. Os números do desemprego em fevereiro serão divulgados na próxima sexta.
Abismo fiscal
A desaceleração econômica pode influenciar a economia americana no início de 2013, em meio à incerteza provocada pelas discussões sobre o aumento do teto da dívida pública e de uma série de cortes no Orçamento para diminuir o deficit.
As medidas visam reduzir os efeitos do chamado "abismo fiscal", um grupo de aumentos de impostos e cortes orçamentários que causarão um impacto de US$ 600 bilhões na economia americana. As discussões sobre o abismo foram adiadas para março após um acordo no Congresso americano.
Caso sejam aprovadas, as medidas podem reduzir ainda mais a expectativa de crescimento, o que poderia levar os Estados Unidos a uma nova recessão, em meio à crise financeira provocada pelo aumento da dívida pública na Europa.

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