Analistas de mercado elevaram suas estimativas para a inflação em março, mas voltaram a reduzir suas projeções para o acumulado do ano. Ao mesmo tempo, a previsão para a Selic (taxa básica de juros) também tornou a subir a do crescimento do PIB, a cair, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central. O Focus apura estimativas junto a cerca de cem instituições.
A mediana das apostas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cedeu, pela segunda semana consecutiva, de 5,73% para 5,71%. Para a inflação em 12 meses, a mediana recuou de 5,45% para 5,42%.
O Focus também mostra que os analistas agora esperam uma inflação mais salgada em março. As estimativas saíram de 0,45% para 0,50%. Mas para abril, a projeção caiu de 0,46% para 0,40%. Na sexta-feira, o IBGE informou que o IPCA-15 de março -prévia da inflação oficial- subiu 0,49%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 6,43%, bem próximo do teto da meta, de 6,50%, e longe da meta, de 4,50%.
Analistas disseram que os preços dos alimentos seguem em alta resistente e que há possibilidade de o acumulado do IPCA fechado de março superar o teto da meta, de 6,50%, para depois começar a ceder gradualmente. No Focus de hoje, os analistas ajustaram a estimativa da inflação em 2014 de 5,54% para 5,60%.
Juros
A queda nas estimativas do mercado para a inflação vem acompanhada de um aumento na taxa de juros este ano. Pela terceira semana consecutiva eles elevaram a aposta para a Selic, desta vez de 8,25% para 8,50%. Eles estimam que o juro permanecerá nesse nível até o fim de 2014. Entre o Top 5 -instituições que mais acertam suas previsões-, a perspectiva para 2014 foi elevada a 8,5%, ante 7,75%. Há quatro semanas, a expectativa era de que o juro encerrasse 2013 onde está, em 7,25%.
Na sexta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sancionou, em discurso na Câmara de Comércio França-Brasil, o aperto monetário embutido na curva de juros futuros. O trecho mais importante do discurso foi aquele em que Tombini defendeu o uso da comunicação como instrumento eficaz de política monetária.
"Não resta dúvida de que a comunicação é parte importante do processo de condução da política monetária. O ajuste da mensagem do BC, por si só, já determinou mudanças nas condições financeiras de modo geral".
Nesta quinta-feira, o Banco Central divulgará o relatório trimestral de inflação. O documento é esperado por analistas como fonte de informação capaz de manter ou alterar o quadro de apostas para o juro.
Crescimento
Já a perspectiva para a expansão da economia brasileira em 2013 foi reduzida a 3%, após 3,03% anteriormente, mesmo após sinais de um início de ano em recuperação, puxado pela indústria e também pelo varejo. Para 2014, os analistas mantiveram a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,5%.
Já a expectativa para o câmbio no final deste ano foi mantida em R$ 2 pela quarta semana seguida.
Fonte: Diário do Sudoeste