Empresários e profissionais participaram de treinamento no Sebrae/PR, em Pato Branco, sobre a NBR 15.575 – Desempenho de Edificações Habitacionais



Engenheiros, arquitetos, empresários da construção civil e acadêmicos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Pato Branco, participaram na última semana de um treinamento sobre a norma NBR 15.575 – Desempenho de Edificações Habitacionais, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).



A capacitação promovida pelo Sebrae/PR, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon/PR), Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná (Sudenge) e Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Pato Branco (AREA-PB), foi conduzida pelo engenheiro civil Ivanor Fantin Junior e contou com a presença de 43 pessoas de várias cidades da região sudoeste do Estado.



Publicada em fevereiro de 2013, a NBR 15.575, mais conhecida como Norma de Desempenho, passará a vigorar em 19 de julho de 2013. Ela introduz novos conceitos, como desempenho acústico, desempenho térmico e vida útil.



“A norma estabelece critérios de desempenho para todas as obras a partir de 19 de julho. Ela marca uma relação de corresponsabilidade entre projetistas, fabricantes, construtores, produtor de insumos, incorporadores e consumidores para edificações de qualquer tamanho”, apontou Fantin, que é assessor técnico do Sinduscon/PR e foi um dos revisores do texto da referida norma. Projetos protocolados executados a partir de 19 de julho terão que estar dentro dos novos padrões.



De acordo com Fantin, a diferença estará em todas etapas e sistemas de uma obra, chegando até o consumidor final. A norma de desempenho é obrigatória em função de artigo do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que considera como prática inadequada a oferta no mercado de produto ou serviço em desacordo com as normas técnicas.



“Por exemplo, os arquitetos normalmente faziam o projeto que entrava na Prefeitura. Agora, o projeto terá que especificar todos os produtos envolvidos e o desempenho de cada um. O construtor vai ter que dizer qual a vida útil da obra e, principalmente, o consumidor, que não sabia qual a garantia de cada sistema da obra, vai conhecer também os termos dessa garantia. Pelo manual de uso de operação e manutenção, que será entregue no final da obra, vai conhecer os prazos da manutenção e terá que fazer isso para manter a garantia estabelecida”, destacou o especialista.



O consultor do Sebrae/PR e gestor do Programa de Competitividade da Construção Civil no Sudoeste, Gerson Miotto, contou que a iniciativa partiu da demanda do setor em acompanhar as novas exigências da norma e, por consequência, de mercado.



“O Sebrae e parceiros, preocupados com essa questão sobre norma de desempenho, promoveram esse estudo e debate com um especialista que participou do comitê que discutiu todo o processo. Assim, atingimos nossa meta de informar e demonstrar sobre a nova norma técnica e suas aplicações, o que também reflete em resultados para as empresas”, avaliou.



Gerson Miotto enumera que o Programa atua na ampliação da qualidade e da capacidade de inovação; implantação de ações de gestão estratégica; ações de sustentabilidade na dimensão econômica e na promoção de ações de mercado.



“Esse treinamento é uma das ações que realizamos permanentemente na região para empresas e profissionais. Inclusive, essa mesma capacitação sobre a norma de desempenho vamos realizar também na região de Francisco Beltrão nos próximos dias”, salienta Gerson Miotto.



O empresário do setor, Ivo Antonio Muller, considera a aplicação da norma um reforço para a qualidade na construção civil, com os papéis bem definidos, o que valoriza profissionais e produtos.



“Eu vejo com bons olhos, a gente já tem o PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat e agora a norma de desempenho vem para comprometer toda a cadeia para qualidade. Ou seja, construtora, arquiteto, engenheiro, fornecedor têm suas responsabilidades, assim como também o consumidor passa a ter parâmetros mais claros sobre direitos, mas também deveres relativos à manutenção da obra”, ponderou.



Para o arquiteto Adriano Scarabelot, a norma é um instrumento que valoriza quem já trabalha preocupado com qualidade. “Exige mais conhecimento e trabalho, mas para quem já busca a melhoria é uma contribuição para sua atividade. Em médio prazo, a norma vai separar bem quem está no mercado para projetar e construir com qualidade e quem pensa apenas no faturamento. Ela poderá ser um divisor de águas, pois também permite uma base legal para amparar os consumidores em todos os elos da cadeia”, comentou o arquiteto.



O engenheiro civil Vitalino Franzoni Junior, acredita que a consequência da nova norma estará na qualidade das obras e melhoria de mercado. “São parâmetros de desempenho que vão ajudar a regular o setor e melhorar o ramo da construção. Por isso, um treinamento como esse realizado em Pato Branco, com um profissional que ajudou a fazer a norma, é fundamental para ajudar profissionais e empresas também a melhorar seus resultados”, completou Franzoni Junior.

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