Empresas e entidades debatem, no sudoeste, normas técnicas para fabricação de panelas
Workshop reuniu mais de 80 pessoas em Francisco Beltrão, sudoeste do Estado, para discutir portarias do Inmetro sobre fabricação de utensílios domésticos
Para atender as exigências das normas técnicas previstas nas Portarias 398 e 419 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que estabelecem requisitos na fabricação de panelas e utensílios metálicos, foi realizado na última terça-feira, dia 17, em Francisco Beltrão, um workshop com empresários integrantes do Arranjo Produtivo Local (APL) de Alumínios do Sudoeste e técnicos do Sebrae/PR, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Avaliações Brasil da Conformidade e Ensaios (ABRACE), Sindimetal Sudoeste, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Inmetro.
Até fevereiro de 2015, as indústrias terão que estar adequadas às normativas que focam na segurança de panelas de uso doméstico, objetivando a prevenção de acidentes de consumo. O pesquisador e tecnologista do Inmetro, Fábio Real, explica que as normas exigem um mínimo de qualidade, pensando sempre na segurança do consumidor.
Panelas e utensílios com cantos ‘vivos’, bordas cortantes que parecem uma lâmina, cabos que quebram facilmente e resistência à temperatura e peso são alguns pontos que serão exigidos pelo Inmetro. A migração de componentes químicos para os alimentos, o que já é exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), continuará sendo analisada.
“A ideia não é atrapalhar o mercado, principalmente de micro e pequenas empresas que podem enfrentar mais problemas para se adequarem. Queremos um mínimo de segurança para o consumidor e, para as empresas, isso deixará o setor mais competitivo com uma concorrência mais saudável”, aponta Fábio Real. A regulamentação só não envolve panelas de vidros e utensílios descartáveis como os que são utilizados em marmitas.
Para o presidente do APL Alumínios Sudoeste, Ademar Pastre, que é empresário do setor há 20 anos, discutir o assunto com especialistas serviu para dirimir dúvidas, ver a realidade do setor com relação às normas e preparar as empresas para as novas exigências.
“Sempre ficam dúvidas quando surge uma nova normativa e, nesse caso, havia informações desencontradas que foram esclarecidas. A padronização é interessante, pois, na região sudoeste, boa parte disso já é realizada e tínhamos dificuldades para concorrer com um mercado desleal”, completa Pastre.
Para aquilo que ainda precisa ser adequado até 2015, Pastre confia no trabalho coletivo do APL, com o apoio das entidades ao setor. “Por se tratar de micro e pequenas empresas, que têm uma gama muito grande produtos, vamos ter algum trabalho para atender essas normas na totalidade. Por isso, é importante ter o apelo associativo e contar com o apoio das entidades como o Sebrae/PR, Senai e Sindimental, dentre outras.”
O consultor do Sebrae/PR, Gilcindo de Castro Correa Neto, lembra que desde de 2012, quando foram oficializadas as portarias, o Sebrae/PR e parceiros vêm realizando capacitações com foco na padronização que, vem para estabelecer mais qualidade no setor. “A qualidade deixou de ser diferencial de mercado e tornou-se exigência de mercado. Assim, queremos atuar junto com nossos parceiros e empresas para deixar o setor preparado para atender as exigências de segurança na fabricação de panelas e utensílios”, comenta.
Gilcindo adianta que o Programa Sebraetec - Serviços em Inovação e Tecnologia vai disponibilizar ferramentas para as empresas do APL que necessitarem melhorar processos e produtos para atender as normas ou mesmo para introduzir inovações no mercado.
Laboratório de ensaios
Outra parte importante no processo será o laboratório técnico de ensaios, que fará os testes nos produtos do APL para creditar, com custo mais acessível para os empreendedores. Jean Karlis Zalite, especialista no setor metalmecânico do Senai, explica que o trabalho será feito de forma gradativa, atendendo as demandas das indústrias. “O laboratório pode formular toda a base de ensaios para as panelas, que são muitos e exigem vários equipamentos, bem como creditar esse serviço junto ao Inmetro para a certificação ter validade”, explica.
O APL de Alumínios do Sudoeste envolve 48 empresas de 27 cidades da região, que geram hoje 1.150 empregos diretos.
Fonte: Ass. de Imprensa – Sebrae/PR