Região

sábado, 11 de outubro de 2014

À mulher queijeira com louvor.

Nossa região precisa tomar consciência do valor da tradição na produção de queijos artesanais e da importância da mulher nessa tradição. Agora que o queijo artesanal feito com leite cru está sendo legalmente reconhecido e comercialmente reabilitado, precisamos entender o potencial de desenvolvimento que se abre para nós. A Instrução Normativa Nº30 de agosto de 2013, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, permite inclusive a produção de queijos de leite cru com maturação inferior a 60 dias em regiões de indicação geográfica registrada ou tradicionalmente reconhecida e em propriedade certificada como livre de tuberculose e brucelose. Aqui, puxado pela Agência Regional de Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná, existe o projeto do queijo típico que já contou com o apoio de técnicos do norte da Itália, e que tem tudo para fazer com que tenhamos no futuro queijos com indicação geográfica registrada. De modo que estamos no caminho para produzir queijos artesanais de alta qualidade e grande valor e assim, criarmos oportunidades para que as pequenas queijarias se tornem um bom negócio.

O que precisamos com urgência é fazer com que os prefeitos se comprometam em viabilizar um efetivo serviços de inspeção municipal (SIM) para produtos de origem animal. Também devem batalhar pelo SUASA - Serviço Unificado de Atenção à Sanidade Animal para que as pequenas agroindústrias possam comercializar seus produtos em todo o país. É necessário que pelo menos, os serviços de inspeção façam com que regularmente nossos queijos artesanais passem por exames laboratoriais que comprovem a inocuidade do produto. Mais importante que a cura de 60 dias - como exige a norma geral - é a realização de controles para que o produto não acarrete em problemas na saúde do consumidor. Os técnicos de serviços de inspeção também devem ter certo entendimento na elaboração de queijos de modo a levar orientação e não apenas fiscalizar as queijarias. Do jeito que se faz hoje, a fiscalização serve mais para fechar queijarias do que para melhorá-las. E assim vamos perdendo oportunidades de futuro. O mesmo pode-se dizer do ministério público que - mais do que notificar - precisa trabalhar com a sociedade e os governos para que estes encontrem soluções adequadas aos pequenos para os problemas de contaminação que possam ser detectados.

Uma mulher das mais respeitadas e bem sucedidas profissionais do mercado de queijos do nosso país chamada Mônica Pessoa, criou a Associação Brasileira de Degustadores de Queijos para criar padrões de avaliação e certificação de qualidade e congregar os apreciadores, consumidores e estudiosos de queijo incrementando e estimulando seu consumo. Disso deveriam saber cada uma das nossas queijeiras que - por falta de orientação - não sabem o quanto pode vir a ser reconhecido e valorizado seu trabalho. Dona Leocádia, Rose, Lourdes de Itapejara, Cleonice e Rose de Beltrão, Cleunice e Rosinha de Chopinzinho para citar algumas dessas batalhadoras que como a Mônica Pessoa lutam para fazer desta terra a terra do bom queijo e assim melhorar a vida de todos. E é importante que se saiba, o queijo de leite cru alcança um gosto mais harmonioso, mais completo, de maior riqueza. O queijo feito com leite cru é mais do que um alimento, é expressão das nossas tradições mais valiosas. É tanto uma arte
Fonte: Jornal de Beltrão
 

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