Projetos de infraestrutura
quinta, 04 de agosto de 2016
Explanações sobre modernização de rodovia e aeroporto regional levantaram debates sobre dados técnicos
As discussões sobre quais os melhores modelos a serem adotados no âmbito de recuperação de rodovias, e de recuperação ou não de aeroportos, vêm ganhando a atenção dos integrantes da governança do Plano de Desenvolvimento Regional Integrado do Sudoeste do Paraná (PDRI). Por vários encontros o assunto entrou em discussão mesmo não fazendo parte da pauta do dia. As lideranças querem aprofundar o debate, principalmente neste ano de eleições, para terem subsídios de defesa da melhor proposta que contribua com o desenvolvimento da região em médio e longo prazo.
Na reunião desta terça-feira (02) realizada na sede do Sebrae em Pato Branco as discussões ganharam o reforço de informações técnicas, principalmente no aspecto de aeroportos. Com base em dados repassados por vários especialistas em aviação no Brasil, o diretor do Sest/Senat em Vitorino e responsável pela comissão de infraestrutura do PDRI Rodrigo Battiston explanou o que existe no Sudoeste, o que está sendo proposto e os principais modelos bem sucedidos no País, tanto em infraestrutura quanto em aeronave.
Sobre as estruturas existentes reforçou a dificuldade em expansão e atendimento as normas vigentes. Fez ressalvas sobre uma solução paliativa de curto prazo para viabilizar linha aérea, e observa que seguindo dados técnicos e tendências no mundo para uso de aviões de maior porte para diluir custo a melhor saída ainda seria um novo aeroporto. “Frente a demanda que cresce, estrutura existente, tendências claras no mundo, não há como pensar em reformar os existentes. Tem que ser novo com toda a infraestrutura de segurança e condições de ampliação”, afirmou Battiston.
Proposta da Azul
Sobre o interesse da empresa Azul em disponibilizar linha aérea no aeroporto Juvenal Cardoso, em Pato Branco, Battiston relatou que a redução de 2% no imposto sobre o combustível por parte do Estado gerou maior expectativa, mas que o entrave agora são os investimentos em infraestrutura. Como o município não pode investir por restrição eleitoral, o empresariado está sendo convocado a colocar a mão no bolso com certa urgência. Maior investimento seria no terminal de passageiros.
Salientou que um bom exemplo de infraestrutura ineficiente está no município de Canela, na serra gaúcha, que recebe mais de 10 milhões de visitantes todos os anos. “Até hoje eles não possuem linha aérea diária por que o aeroporto não comporta aviões de médio e grande porte. Então o pessoal desce em Porto Alegre e vai de carro ou ônibus até lá”, observou.
Ainda lembrou do ofício da SAC para a Amsop reafirmando os estudos do aeroporto regional, e do sitio de Renascença que é disparado o melhor. Sobre projetos regionais mais recentes, como o de Jaguariúna, em Santa Catarina, afirmou que os investimentos foram em torno de R$ 60 milhões, praticamente o mesmo valor que a Associação Comercial e Empresarial de Chapecó diz que o aeroporto movimenta por ano na cidade.
Corredor Sudoeste
Outro tema que vai ganhar ainda muita discussão é o projeto de modernização do Corredor Sudoeste, trecho de 4 rodovias que liga o trevo de Novo Horizonte (Palmas) até Marmelândia (Realeza). Sobre o projeto apresentado pelo consórcio Caminhos do Sudoeste para a privatização dos 285 km, a governança lembrou pontos relevantes como implantação de 60% de terceira faixa, aumento de 40% na malha viária, vias marginais em Beltrão, Pato Branco, Realeza e Vitorino, 8 novos trevos com viaduto, alargamento das pontes, 107 ponto de ônibus e serviço de atendimento e monitoramento.
Porém, lembram que a maior resistência da comunidade está na retirada da duplicação de Francisco Beltrão até Pato Branco e o número de praças de pedágios – 6. “Gostei muito do estudo, mas entendo que o pessoal tenha que detalhar melhor essas questões nas audiências públicas. A comunidade precisa ser melhor informada para justificar as decisões do projeto”, frisa Battiston.
O diretor da Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná Célio Boneti lembrou que “as explicações sobre o número de praças se dá, segundo os representantes do consórcio, para reduzir custo dos motoristas de municípios próximos. Se teria menos praças o valor seria maior e aí quem circula em municípios da redondeza seriam penalizados”. Outra dúvida levantada pelas lideranças está na distribuição das praças, já que o projeto prevê três de Pato Branco até Novo Horizonte, e três entre Pato Branco e Realeza com menor distância.
A duplicação também será defendida. “Uma coisa que temos que brigar e levantar a bandeira é da duplicação do trecho entre Francisco Beltrão até Pato Branco. São 25 anos de concessão que tem que ser levado em consideração. Não se pode esperar esse “gatilho” sugerido para iniciar a duplicação. Veja bem o quanto vai aumentar o movimento até lá e até como incentivador de outros projetos de desenvolvimento para a região, como o aeroporto”, salientou Marcos Marini, professor da UTFPR.
Boneti observou que os prefeitos já pediram que o cronograma de duplicação seja incluído de imediato no projeto. “Vamos nos preparar e aguardar as audiências para melhor questionar”, citou.
Pautas
Na oportunidade também foram debatidos temas como a inclusão de 25 municípios do Sudoeste no mapa de turismo do Paraná, com maiores condições de interesse os municípios de Pato Branco, Francisco Beltrão e Palmas, e o avanço do projeto genoma de mapeamento genético do gado leiteiro da região através do Projeto Leite Sudoeste. Foi comentado sobre a contratação de assessoria de imprensa pela Agência e da reestruturação da página na internet, que já está disponível. O PDRI também ganhou um site próprio, e logo estará disponível para acesso.