quarta, 19 de outubro de 2011
Presidente do Conseleite-PR destaca produção do Sudoeste
Na manhã de ontem, aconteceu no anfiteatro do Centro de Eventos, em Francisco Beltrão, uma reunião técnica do Conseleite Paraná (Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite), que reuniu produtores, industriários e técnicos do setor. Essas seções, que são realizadas mensalmente, servem para ajustar o preço de referência do leite padrão projetado, ou seja, a fixação dos valores pagos pelas indústrias de laticínios aos produtores. A metodologia utilizada neste processo é desenvolvida e acompanhada pela UFPR (Universidade Federal do Paraná). "A universidade acompanha, com base em valores do mercado, a venda dos produtos lácteos, fixa os valores de referência ao produtor. Aí cabe a livre negociação dos produtores com a indústria", afirma Ronei Volpi, presidente do Conseleite.
Na reunião de ontem, Ronei Volpi destacou a crescente na produção de leite na região Sudoeste do Paraná. "O Sudoeste tem uma característica de maior empreendedorismo dentro das propriedades. A produção leiteira aqui é ainda muito recente e tem um potencial muito grande de crescimento. Esse foi um dos motivos de a gente trazer uma reunião do Conseleite para cá. Queremos divulgar o conselho no interior do Paraná."
Mesmo assim, o presidente fez um alerta aos produtores. "Não é possível sobreviver na atividade tendo uma pessoa ocupada na propriedade para produzir somente 50 litros de leite por dia. Os parâmetros internacionais nos dizem que uma pessoa ocupada na atividade tem que produzir, no mínimo, 500 litros ao dia. Isso para garantir um ganho considerável a longo prazo."
Outro aspecto levantado por Ronei Volpi é que cada propriedade precisa fazer contas para almejar um crescimento considerável. "Não é possível ter dez hectares para a atividade e produzir apenas cinco mil litros por ano. Nós temos condições de produzir no Paraná acima de 20 mil litros por hectare ao ano. Eu sou produtor, já consigo fazer isso. É possível. O produtor precisa traçar algumas metas, fazer contas de quanto pode produzir em um ano. Assim ele vai ter sucesso na atividade, vai aumentar a renda familiar", acrescenta.
Ronei Volpi prevê ainda um crescimento grande em relação ao consumo de produtos lácteos. "O Governo Federal divulga que 40 milhões de pessoas passaram para a classe C no Brasil. Isso representa que as famílias estão se alimentando melhor, consumindo mais queijo, iogurte e vários derivados. Nossa produção de leite nacional não atende o nosso mercado, estamos importando leite, e isso não está fazendo diferença nos valores de produção do Brasil. Temos uma grande fortaleza que é o consumo interno. Somos em 200 milhões de brasileiros, podemos crescer e a produtividade também."
Para o presidente do Conseleite, não existe um sistema de produção ideal de uma forma geral. Indiferente se o sistema adotado é o de confinamento ou de pastoreio rotacionado, o importante é que a propriedade tenha uma boa margem de lucro. "O produtor precisa saber o que é melhor para a sua realidade. Eu, por exemplo, produzo três mil litros de leite por dia com pastoreio rotacionado, utilizo ainda suplementação no cocho, mas não pretendo implantar o confinamento."