O Sebrae do Paraná divulgou em outubro o IDMPE (Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa). O levantamento traz um balanço das iniciativas de cada município para o setor no Estado para o ano de 2009. Agora, as unidades regionais estão passando nos municípios para explicar como funciona o índice e o que pode ser feito para melhorar a média. Para medir o grau de desenvolvimento do ambiente empresarial municipal, o Sebrae utilizou três índices: IDE (Desenvolvimento Empresarial), IDM (Desenvolvimento do Mercado Local) e IDI (Desenvolvimento do Ambiente Institucional).No Paraná, Curitiba apresentou o melhor índice (0,731). No Sudoeste do Paraná, Pato Branco é o município melhor colocado, com um índice de 0,589 e a 17ª colocação no Estado. Da região, apenas Pato Branco e Francisco Beltrão ficaram entre os 20 melhores municípios do Paraná.Um detalhe interessante é que, na primeira edição do índice, em 2008, Francisco Beltrão estava na frente. Mas agora Pato Branco ultrapassou o município vizinho.Dentre os 20 piores índices do Paraná, o Sudoeste tem três representantes. Pinhal de São Bento (0,430) ocupa a 392ª posição no Estado. Bela Vista da Caroba (0,434) está em 389º lugar e Bom Jesus do Sul (0,437) ficou em 386º.No comparativo do índice de 2008 para 2009, destaque para Sulina, que ficou em terceiro lugar no Paraná na evolução do IDMPE. Na primeira edição do índice, o município tinha uma média de 0,437 e ocupava a 373ª posição, dentre os 399 municípios do Paraná. Agora, em 2009, o município subiu para a posição 250 e tem um índice de 0,476.Em Sulina os resultados favoráveis devem-se à criação de novos estabelecimentos, repercutindo sobre o nível de emprego e renda per capita, além da implantação da Lei Geral. Outros dois municípios do Sudoeste que subiram consideravelmente de posição foram Saudade do Iguaçu, que passou de 373º em 2008 para 258º em 2009, e São Jorge DOeste, que passou de 311º para 216º de um ano para o outro. Em Saudade do Iguaçu, segundo informações do Sebrae, houve evolução das três dimensões, pois o município teve um acréscimo expressivo no PIB real, que possui efeitos desdobrados sobre o mercado local e na renda per capita e houve melhoria nos indicadores de infraestrutura financeira e a implantação da Lei Geral.Manfrinópolis, embora esteja bem no fim da lista, apresentou também uma grande evolução em um ano. Em 2008, o município tinha uma média de 0,408 e ocupava 397ª posição. No ano seguinte, Manfrinópolis passou para a posição número 374 e chegou à média de 0,446.

Ferramenta inovadora
O IDMPE foi criado pelo Sebrae, em parceria com o IBQP, com inspiração no IDH, o índice de desenvolvimento humano, elaborado pelas Nações Unidas, em 1990, e que leva em consideração a esperança de vida ao nascer, as taxas de alfabetização e de matrícula e a renda dos cidadãos. O IDMPE é um aliado inovador do desenvolvimento, fruto da análise e cruzamento de dados. Criado há dois anos, o IDMPE vem se consolidando como uma referência para representantes de entidades empresariais, sociedade civil organizada, poder público e iniciativa privada. Assim como o IDH, o IDMPE tem como objetivo estimular a promoção de políticas públicas em prol do desenvolvimento.O estudo, realizado anualmente, já nos leva a algumas reflexões. Uma delas é que um ambiente institucional gera um ambiente de negócios favorável para o desenvolvimento empresarial e à expansão do mercado, como também produz o capital social favorável para promoção do desenvolvimento humano local. Prova disso é que geralmente os municípios de maior IDH possuem uma condição humana mais adequada para o desenvolvimento empresarial e para a criação de condições favoráveis para o surgimento de novos negócios. Por outro lado, regiões com menor IDH costumam apresentar menores IDMPE. O ranking, apresentado nesta publicação, mostra que as regiões de maiores índices de desenvolvimento empresarial coincidem com os grandes eixos do Paraná, ou seja, com os centros econômicos, políticos e universitários com condições mais favoráveis ao empreendedorismo no Estado.O IDMPE é, sem dúvida, uma ferramenta de apoio na tomada de decisões. Uma ferramenta inovadora que, mais que fornecer um raio-x do ambiente institucional, competitivo e empresarial do município, serve como um balizador para ações focadas no desenvolvimento, a curto, médio e longo prazo.
*Allan Marcelo é diretor-superintendente do Sebrae/PR.