Culturas de inverno geram boas
segunda, 20 de julho de 2020
Culturas de inverno geram boas expectativas na região Sudoeste
O inverno teve início no final da tarde de 20 de junho. A estação mais fria do ano deverá ter predomínio de chuvas acima da média em grande parte da Região Sul, conforme prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Porém, segundo o relatório, há a tendência de que as chuvas ocorram abaixo da média em áreas como Sudoeste e Oeste do Paraná. Previsão semelhante está no Boletim Climático para o Inverno 2020, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), em que julho e agosto serão os meses mais secos do ano no Estado.
As temperaturas baixas e o clima seco favorecem as culturas de inverno. Na região Sudoeste, as mais recorrentes são o trigo e a aveia (branca e preta).
O conselheiro do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) Engenheiro Agrônomo Orley Jair Lopes comenta que a região superou um período de estiagem, que acabou prejudicando o planejamento das culturas de inverno. "A falta de chuvas, no outono, retardou o crescimento da aveia e das pastagens de inverno. Mas, a situação se normalizou e as culturas estão com bom desenvolvimento. A queda nas temperaturas é favorável, o único risco para os produtores é a ocorrência de geadas quando o trigo estiver 'encanando', como chamamos", explica o Engenheiro Agrônomo. A função de conselheiro do Crea-PR é considerada serviço relevante prestado à sociedade, pois o profissional assume esta missão, exercendo o papel de defensor da coletividade na exigência da responsabilidade técnica profissional.
Para o Engenheiro Agrônomo Edson Roberto Silveira, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato Branco (AEA-PB), as previsões de períodos mais secos em julho e agosto são boas para quem plantou o trigo, por exemplo. "O clima é sempre uma preocupação para os agricultores. A umidade em excesso não é boa para a cultura do trigo. O clima seco é mais adequado por causa da menor incidência de doenças nas plantas", contextualiza Edson.
Ainda segundo o Engenheiro Agrônomo, existe a expectativa de melhora nos preços, com a sobretaxação do trigo que vem da Argentina. "Há muita gente apostando nessa possibilidade." Edson Silveira também destaca as boas condições para as pastagens de inverno, como as variedades branca e preta da aveia.
Impacto na olericultura
Se por um lado o clima tem sido propício para as culturas de inverno, por outro há o risco de desabastecimento das hortaliças produzidas na região. "O frio poderá afetar os olericultores, com queda na produção. Como consequência, a oferta será menor e haverá possibilidade de aumento dos preços ao consumidor. Pode ocorrer, inclusive, necessidade de abastecimento por outros Estados", analisa Orley Jair Lopes.
Vazio sanitário
Mesmo com o frio como aliado no combate à ferrugem asiática, a Portaria nº342/2019 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), determinou que, entre 10 de junho e 10 de setembro deste ano, está proibido cultivar, manter ou permitir a presença de plantas vivas de soja em qualquer estágio vegetativo.
"O vazio sanitário existe para suprimir problemas fitossanitários, especialmente com a ausência de plantas hospedeiras até setembro. O frio contribui para que as plantas de soja não se desenvolvam", acrescenta Edson Silveira.
"Os produtores devem usar formas mecânicas ou químicas para evitar a germinação da soja durante o vazio sanitário. O que se percebe é que a ferrugem asiática está sob controle, em função das medidas adotadas no Estado, com apoio e orientações da assistência técnica e dos Engenheiros Agrônomos", completa Orley Jair Lopes.
Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná, criado no ano de 1934, é uma autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização dos profissionais das áreas das engenharias, agronomias e geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de orientação e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via Editais de Chamamento.
Fonte: Antônio Menegatti
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