quarta, 18 de janeiro de 2012
Entidades da agricultura querem cumprimento das medidas contra a estiagem
Entidades como a Amsop (Sudoeste) e a Amop (Oeste) estiveram em Curitiba na semana passada para conseguir recursos que amenizem os prejuízos sofridos por conta da estiagem. Não somente as duas regiões, mas o Sul do Brasil ainda está sendo castigado pela escassez da chuva. O Governo do Estado anunciou segunda-feira, 16, que 137 municípios do Paraná decretaram situação de emergência. Com isso, o governador Beto Richa (PSDB) ampliou o apoio aos agricultores atingidos.
Com o objetivo de reduzir as perdas e recuperar as plantações, o governo estadual irá aplicar R$ 21,5 milhões em 2012 na instalação de 300 sistemas comunitários de fornecimento de água em várias regiões paranaenses. São R$ 10 milhões da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e R$ 11,5 milhões do Programa Estadual de Águas e Saneamento Rural (Proesas).
Outra medida para o abastecimento de água é a implantação de 140 abastecedouros comunitários, com a perfuração de poços artesianos, instalação de bombas e de reservatórios elevados para 10 mil litros. As cisternas serão construídas em comunidades rurais com problemas históricos de escassez de água. A iniciativa vai atender especialmente produtores de frango, suíno, leite e hortaliças. Serão investidos R$ 10 milhões com recursos do Ministério de Integração Nacional.
Mas de nada adianta anunciar medidas como essa se elas simplesmente não saírem do papel. Essa é a preocupação de algumas entidades envolvidas com a agricultura na região Sudoeste.
Para o presidente da Unicafes (União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária), Luiz Possamai, tudo o que vier para somar, é válido. "Em uma situação como essa, temos que pensar em algo que seja imediato, pois existe uma grande aflição por parte dos agricultores. Estamos esperando medidas rápidas e que tudo seja cumprido conforme foi determinado", comenta.
Segundo ele, seria interessante que o tempo colaborasse também para, pelo menos, conseguir uma boa produção na safrinha. "Se tivéssemos uma boa safrinha, conseguiríamos equilibrar um pouco as contas dos agricultores, para salvar a produção em partes."
Já o presidente do Sindicato Rural de Francisco Beltrão, Aryzone Mendes de Araújo, acredita que existe uma grande evolução em relação à atenção aos produtores. "O fato de várias entidades organizadas visitarem o governador para conseguir recursos é algo muito significativo. O interessante é que todos estão falando a mesma língua, ninguém mais vai a Curitiba sem dados concretos sobre a estiagem. Assim, fica mais fácil conseguir recursos", analisa.