quinta, 14 de julho de 2011

Lideranças afirmam que visita de Dilma eleva autoestima dos agricultores familiares

 

           A visita da presidente Dilma Rousseff (PT) deu uma injeção de ânimo nos agricultores familiares da região Sudoeste do Paraná. Esta é a avaliação das lideranças do setor após o lançamento oficial do Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012. Pela primeira vez na história o evento foi realizado fora de Brasília. Francisco Beltrão teve este privilégio por ser considerado o berço da agricultura familiar e importante polo de entidades ligadas a movimentos sociais.

            Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Daniela Celuppi, foi o momento mais marcante da história do segmento na região. "Foi um privilégio muito grande receber, em um município do interior, a presidente da República para lançar o plano safra", sublinha.

            Daniela afirma que em todos os discursos das autoridades ficou claro que os camponeses têm um papel fundamental para garantir a segurança alimentar do país. "É agora que inicia o ano para os pequenos agricultores, vão em busca de financiamentos para fazer o plantio e colher uma safra farta no final do ano", destaca a líder sindical.

            Na opinião dela, a visita presidencial foi uma conquista dos movimentos sociais que há muitos anos se mobilizam em busca de melhorias. "Para nós, é uma injeção de ânimo, principalmente para a juventude. Quando a presidente fala que há um esforço para levar internet de banda larga para o campo e aumentar a renda das famílias, isso mostra que existe uma preocupação com os jovens."

 

 

Cresol

            O presidente do Sistema Cresol, Vanderlei Zyger, destaca a valorização da região e a demonstração de que o governo tem políticas públicas focadas na agricultura familiar. "A vinda dela (Dilma) melhora a autoestima dos agricultores, que passam a se sentir seguros de que há uma política de proteção."

 

            Como exemplo, ele cita a Política de Garantia de Preços Mínimo da Agricultura Familiar (PGPM /AF). Este sistema já existia, mas só direcionado para grandes produtores. "A garantia de preço mínimo é fundamental, porque muitas vezes ocorre uma supersafra e os produtores precisam esperar um ano para vender." A meta da Cresol é aumentar em 20% as operações de crédito do Pronaf.

            Zyger só lamentou a falta de diálogo da presidente com as entidades representativas da agricultura familiar. "Esperávamos pelo menos cinco minutos com a presidenta para discutir rapidamente alguns assuntos. Acredito que isso foi uma falha, talvez do cerimonial, já que toda a movimentação, que reuniu 8 mil pessoas, foi feita pelas entidades."

            O deputado estadual Elton Welter (PT), que participou do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, considera que o Paraná está recebendo do governo Dilma o reconhecimento que sempre reivindicou na política e na economia do país. "Não somos mais o patinho feio da federação", disse Welter.

            Para Welter, a cerimônia em Francisco Beltrão foi uma festa popular, em que os agricultores familiares demonstraram toda sua gratidão pelo lançamento do Plano Safra.  "Poucas vezes em toda a minha vida pública vivi momentos de tanta emoção e alegria.  Milhares de pessoas simples, trabalhadores da roça e suas famílias, aplaudiram a presidenta", disse Welter.

 

 

Unicafes

            Na avaliação do presidente da Unicafes-PR, Ademir Luiz Possamai, a organização do evento impossibilitou o acesso, não só da imprensa, mas também de autoridades à presidente Dilma Rousseff. Para ele, o encontro deveria ser também uma oportunidade de maior articulação política entre governo federal, lideranças sindicais e organizações da agricultura familiar e do cooperativismo solidário.

            Para Possamai, a vinda da presidente Dilma Rousseff a Francisco Beltrão dará um respaldo muito grande ao município e ao Estado do Paraná, porém a agricultura familiar ainda necessita de maior atenção por parte do governo federal. "O volume de recursos para o Pronaf é o mesmo do ano passado, o que mudou foi a redução das taxas de juros. Isto prova que agricultura familiar ainda tem que lutar muito para mostrar a sua importância diante do governo e avançar no acesso aos recursos. A agricultura patronal é ainda a mais privilegiada", ressaltou Possamai.

            Celso Ludwig, coordenador da Fetraf Sul, salientou que todas as medidas do Plano Safra foram importantes, mas que o primeiro passo é garantir que os agricultores tenham acesso a elas: "Décadas de falta de incentivo governamental geraram um passivo de altos índices de endividamento na agricultura familiar, o que impede que milhares de agricultores tenham acesso às políticas, por isso insistimos que os agricultores possam ter uma segunda chance". (Com informações de assessorias)

 

Fonte: Jornal de Beltrão
 

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