O empresário de Capanema Edson Campagnolo, 52 anos (nascido em Francisco Beltrão), foi eleito ontem o novo presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). A posse será em outubro e o mandato é de quatro anos. O orçamento da entidade é de cerca de R$ 450 milhões por ano.

Edson, da chapa Fiep Independente, de situação, venceu o ex-deputado federal oposicionista Ricardo Barros (PP), da chapa Nova Fiep, por uma diferença extraordinária de 48 votos - 69 a 21.

Em 2007, Rodrigo Rocha Loures foi reeleito contra Álvaro Scheffer num placar mais apertado, 20 votos: 56 a 36.

O coordenador da Fiep para a região de Francisco Beltrão, Roberto Mano Pécoits, destacou a vitória. "Realmente, pro Sudoeste, é uma grande vitória. É o primeiro presidente eleito para a Fiep do interior e ele é do Sudoeste, tem sua carreira, sua profissão e suas empresas no Sudoeste", comentou.

Pela primeira vez, em 67 anos de existência, a entidade será presidida por uma liderança do interior.

O prefeito de Capanema e amigo de Edson, Milton Kefer (PMDB) , também comemorou: "O Sudoeste ganha com isso, e Capanema também, o Edson garante o bom trabalho da entidade empresarial".

Durante a campanha, Edson forçou na questão empresarial, colocando Ricardo como "estranho" a esse mundo, com perfil político partidário. Entre as propostas da chapa de Edson, um item foi a "blindagem" contra a ação política partidária, além da relação de "cooperação e de articulação com poder público, sem subordinação e sempre com independência".

Entre as propostas da chapa Fiep Independente, também estiveram em evidência a gestão democrática, modernização do estatuto (com fim da reeleição), racionalidade na gestão, transparência na divulgação de informações e prestação de contas; a criação de uma central de relacionamento com os sindicatos e com as indústrias, ampliar o programa de valorização dos sindicatos, aperfeiçoar a assessoria jurídica nas convenções coletivas e negociações, fomentar programas de formação de novas lideranças empresariais, etc.

Pécoits faz análise

Mano Pécoits faz análise da vitória de seu colega Campagnolo sob três aspectos. O primeiro deles é que 100% dos votos dos Sudoeste - cinco votos de presidentes dos sindicatos patronais da indústria - foram dados para a chapa de Edson (Fiep Independente).

O segundo é que o resultado reflete o desejo da independência política da federação. "Nenhum político se deu bem à frente da entidade; ela é uma entidade empresarial, deve ser respeitada", afirmou. Ele acrescentou que é uma vitória "da independência e da convicção".

O terceiro aspecto é "a vitória do presidente Rodrigo Rocha Loures, embora Edson tenha todos os méritos." Ele enfatizou que "o presidente Rodrigo ressuscitou a Fiep, a Fiep do Rodrigo é outra Fiep hoje". Mano salientou que a federação atualmente "cumpre seus reais objetivos, tarefas e representa os empresários, está voltada para os milhares de trabalhadores e para a qualificação dos trabalhadores".

Dos 99 votos previstos, 96 estavam aptos; 91 votaram, com uma abstenção e cinco votos em separado.