Novas normativas

segunda, 14 de outubro de 2019

para o leite são debatidas em seminários para os produtores As reuniões aconteceram em Dois Vizinhos e Boa Esperança do Iguaçu, com grande presença de

Na manhã de quarta-feira, 9, no Centro Cultural Arte e Vida, em Dois Vizinhos, aconteceu o seminário municipal de produção de leite com o objetivo de divulgar as normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Mapa). As novas regras exigem maior qualidade na produção, abrangendo os produtores e os laticínios, e já estão em vigor. “Buscamos orientar os produtores sobre as normativas. A gente sabe que alguns, que não tiverem todas as informações, terão dificuldades na condução da atividade. Hoje, Dois Vizinhos investe pesado na produção, oferece a inseminação, temos técnicos na Secretaria, porque é um ramo que gera emprego, envolve muita gente. No passado, o leite era complemento de renda e agora é a renda principal”, avaliou Mauri Ferreira, secretário de Agricultura de Dois Vizinhos. Ele destacou que cerca de 800 famílias duovizinhenses trabalham na atividade.


O chefe da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Núcleo Regional de Dois Vizinhos, Alexandre Bianquini, explica que os seminários estão acontecendo em toda a região. “A partir do momento que entrou em vigor as normativas, no mês de maio, nós, de todo o sistema, nos reunimos com o Ministério da Agricultura para tirar dúvidas. Sabemos que temos muitas propriedades de pequenos produtores que levam o leite como principal atividade e depois de reuniões, visualizamos o que fazer para minimizar o impacto das normativas”, completou.


O zootecnista do Instituto Emater, Rafael Cavalieri, resume as normativas e quais as consequências para o produtor que não atendê-las. “O leite é um alimento universal. Se formos pensar na América do Sul, do Norte e Europa, estamos bastante atrasados com relação a qualidade. Esse fato de obter resultados de 300 mil de contagem bacteriana e 500 mil de células somáticas não é difícil de conseguir. São três pontos principais: o primeiro é higiene, limpeza, porque estamos produzindo alimentos e precisamos estar em ambiente limpo; o segundo é que precisamos ter uma água de qualidade; o terceiro, que tem atingido muitas propriedades, e talvez o produtor nem saiba, é a regulagem do resfriador. Às vezes, o equipamento marca 2,3 graus e você mede a temperatura do leite e ele está em seis graus. A gente sabe que no interior tem quedas de energia, tem variação na amperagem e isso desregula o equipamento. Tem que chamar o técnico, o eletricista para fazer revisões periódicas e também ter um investimento para comprar um termômetro de cozinha, que custa 25, 30 reais para ver se a temperatura do leite está igual à do termostato”, resumiu.


Ele ainda falou sobre como os laticínios vão atuar. “As análises de qualidade serão da propriedade, não é mais o produtor. Por que isso? Acontecia, no passado, de o produtor encaminhar amostra, ver a contagem alta de células somáticas e contagem bacteriana, e o produtor mudar de laticínio e entregava no nome do filho ou da esposa. Isso vai mudar, será por propriedade, será feito o georreferenciamento. Eu sei que todos os produtores vão atender a normativa, vamos ter um leite de qualidade e isso vai gerar novos mercados e até melhor preço”, completou.


Oferecer mais qualidade, segundo Rafael, não gera muitas despesas. “Eu faço análise financeira de várias propriedades da região e digo que o custo para implantar a qualidade de leite, as boas práticas de higiene é de R$ 0,02 a R$ 0,03 por litro. O produtor não vai sentir tão forte no bolso. A parte da higiene é exigência, temos que ter um produto limpo. Eu conheço muitos produtores e sei que, com informação, eles fazem o trabalho”, conclui.

Boa Esperança do Iguaçu
Os produtores rurais e agropecuaristas de Boa Esperança do Iguaçu tiveram o seminário na terça-feira, 8, para debater as normativas 76 e 77. O encontro teve, na abertura, a presença do vice-prefeito Givanildo Trumi (PP), que representou o prefeito Evandro Luiz Cecato (PV), além do técnico do Departamento de Agricultura, Valmor Antonio Bittencourt, do técnico do Instituto Emater em Boa Esperança do Iguaçu, Valdisio Candido Moreira, do presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares, Ademar Candido da Silva, do presidente da Câmara, Gervásio Michels e do veterinário do município Jonas Jean Zarth.


Os técnicos foram unânimes em afirmar que ambas as normativas vieram para melhorar a qualidade do leite produzido no País para valorizar o produto e não para causar terrorismo em ninguém. O leite e seus derivados são alimentos e como tal precisam do mínimo de higiene e cuidado. A pergunta feita era, você e sua família consomem, se alimentam do leite e derivados como queijo por exemplo, produzidos com o leite que você vende aos laticínios? É essa a consciência que o produtor deve ter, como se ele próprio e sua família fossem se alimentar com esse produto.

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Fonte: JB
 

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