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terça, 21 de janeiro de 2020

Melado de Capanema conquista selo de qualidade e anima produtores locais Município conta atualmente com oito agroindústrias e 16 produtores de cana de

Mais um produto tipicamente paranaense ganhou reconhecimento nacional. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu, em dezembro, a Indicação Geográfica (IG) para o melado produzido em Capanema. A partir de agora, o produto passa a ser comercializado com o selo “Capanema”, único no mercado.


Com a indicação de procedência, o melado passa a ser mais valorizado, possibilitando a expansão do comércio dentro do Brasil e até mesmo no exterior. De acordo com a Prefeitura, Capanema conta atualmente com oito agroindústrias e 16 produtores de cana de açúcar, base do melado batido da região.


A produção de melado na cidade, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, é de 400 toneladas por ano. As cooperativas e nove indústrias de médio porte de Capanema garantem 200 empregos diretos.


“São pequenas e médias propriedades que apostaram na cana de açúcar, especialmente na produção do melado e do açúcar mascavo. Se tornou uma grife do município”, afirmou o secretário estadual Norberto Ortigara (Agricultura). “É um melado de muita qualidade, e isso permitiu ganhar essa diferenciação. É o reconhecimento desse esforço de décadas, informando a todos que esse melado você só encontra aqui no Paraná”, acrescentou.


A conquista do certificado já mobiliza os produtores locais. Eles falam em ampliar a produção para conseguir levar o produto a novos mercados. “A expectativa é muito boa, pensamos em alcançar uma escala maior de vendas. É uma ótima oportunidade para trazer novas famílias para a produção da matéria-prima, gerando mais empregos”, disse Itamar Schuck.


Ele é diretor-presidente da Cooperativa Agroindustrial Fronteira Iguaçu (Cooperfronteira) que conta com 45 cooperados, entre agroindústrias, produtores de cana e pessoas com interesse em participar do processo produtivo. “A conquista do IG era o que precisávamos para buscar mais inovações e tecnologia. Estamos na parte final da criação da nossa marca”, afirmou.

Geografia
Outro produtor, Gilberto Hass revelou detalhes do processo que garantiram o selo de qualidade ao melado de Capanema. Segundo ele, o município conta com uma geografia favorável, que garante uma cana de açúcar diferenciada. Citou ainda o tipo de terreno para o cultivo, com muito pedregulho, e o clima quente da região. “Com isso nossa cana tem mais sacarose, ficando mais doce”.


Ele também faz planos para aumentar a produção na empresa, que administra com a ajuda dos dois filhos. Espera mudar para a sede nova até julho, renovando maquinário e automatizando parte do processo produtivo.


Com isso, diz acreditar que pode saltar dos atuais 400 quilos de melado a cada dois dias prontos para a comercialização para 2.500 quilos. Hass intercala a produção de melado com a de açúcar mascavo.

Exportação
No horizonte da família está a exportação da mercadoria. Hass contou que já iniciou conversas com dois países: Estados Unidos e Holanda. “Estamos correndo atrás de tecnologia, passo importante para conseguirmos aumentar a produção”, afirmou.


Reforço que se dará em cadeia. Mais melado significa mais necessidade de cana. “Vamos firmar parcerias com pequenos agricultores. Acho que podemos atingir até 100 famílias”.


Outro fator que influencia é a proximidade do Rio Iguaçu, que garante uma ótima qualidade no processo de irrigação. “Quem deu notoriedade ao produto foi a qualidade. Temos que nos preocupar em crescer, mas sempre mantendo essa característica”, ressaltou Rafael Morgenstern.


Agrônomo de formação, ele voltou para Capanema para ajudar a família, há 22 anos envolvida com a produção e venda de açúcar mascavo e melado. “Tudo aqui é bem familiar”, contou.


Os Morgenstern fabricam 1,5 mil quilo de cada produto por semana.

Doçura
Há, contudo, outros segredos que vão além da qualidade da cana. A secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Raquel Belchior Szimanski diz que para o produto ficar tipicamente de Capanema depende da moagem da cana, do processo de decantação, da fervura em alta temperatura para a retirada de impurezas e o processamento num tacho acoplado a uma batedeira. “A cor é mais escura, com uma cremosidade diferente e uma doçura especial”, destacou.

Capanema quer ampliar visitas de turistas

A Prefeitura de Capanema quer usar a Indicação Geográfica (IG) do melado como propaganda da cidade. A ideia, contou o prefeito do município, Américo Bellé (PDT), é tornar Capanema mais conhecida, atraindo turistas para conhecer as belezas naturais da cidade.


Bellé explicou que o município é vizinho do Rio Iguaçu e do Parque Nacional do Iguaçu, palco para o turismo de aventura. “Fomos agraciados pela natureza. Parece agora que o mundo está de olho em Capanema”, disse. “É uma grande propaganda do município”, acrescentou.


Outro ponto de união entre o melado e turismo é a feira do produto que acontece a cada dois anos na cidade. A 21ª edição ocorre neste ano, entre os dias 12 e 16 de agosto. “A feira é uma das maiores da região e o melado o nosso diferencial”, afirmou Raquel Belchior Szimanski, secretária de Agricultura e Meio Ambiente do município.


A Indicação Geográfica nada mais é do que a identificação que dá origem a um produto ou serviço. Após conquistado, somente os produtores e prestadores de serviços da região (em geral, organizados em entidades representativas) podem utilizar o selo.


Fonte: JB
 

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